sexta-feira, 31 de maio de 2013


A Integracao da TICs no Curriculo do ESG...

Francisco Sampaio. Mestrando da Universidade Pedagogica Delegacao da Beira no Curso de Desenho de Sistemas de Educacao. Docente de Profissao e motivado na Evolucao dos Progressos Educativos.

 
 
 
 
 
 
 
Lista de Abreviaturas
 
PCESG – Plano Curricular do Ensino Secundário Geral
MINED – Ministério de Educação
TICs – Tecnologias de Informação e Comunicação
ESG – Ensino Secundário Geral
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Resumo
 
A realidade das novas tecnologias de informação e comunicação traduzidas no plano curricular do ensino secundário geral, abarca um campo amplo onde o seu potencial deriva do uso combinado dos elementos como tratamento, armazenamento e recuperação de informação; transmissão de informação e manipulação de informação. 
 
O recurso a tecnologia de informação e comunicação no ensino, será necessário como uma das componentes que a escola poderá recorrer de forma a socializar os seus alunos sem descorar todos os métodos e estratégias que os docentes utilizam, pois será todo esse conjunto de procedimento que irá determinar o tipo de interacção que se estabelece como meios de ensino.
 
Neste caso, no currículo do ESG refere que as TICs oferecem potencialidades imprescindíveis a educação e formação o que leva a que essa aprendizagem ao longo da vida seja adicionada em função do desenvolvimento delas, traçando novos objectivos educacionais e novas formas de trabalho para o processo de ensino-aprendizagem
 
Palavras-Chaves: Tecnologia; Comunicação; Informação; Currículo; Ensino; aprendizagem.
 
 
 
 
 

I. INTRODUÇÃO

 
A forma como hoje nos comunicamos uns com os outros, é o resultado de várias inovações nos últimos tempos e permitiu que se faça o uso de algumas componentes essenciais para a comunicação como o computador, modem, telemóveis, sistemas de fibra óptica, internet se chegue cada vez mais longe e cada vez mais depressa. Essas inovações modernas, se assumiram em pouco tempo, como ferramentas poderosas de informação e comunicação, que a certo ponto, modificou em grande medida o nosso dia-a-dia.

 
 
Ninguém pode ficar alheia a essa nova realidade, nem mesmo a escola, que é onde os conhecimentos são transmitidos, assim como os professores que são chamados a responsabilidade de garantir o ensino e os alunos a quem os conhecimentos são transmitidos. Neste contexto, a escola deve assumir um papel determinante na preparação e no desenvolvimento intelectual e humano, o que implicaria que os professores reflectissem sobre a modernidade tecnológica que a sociedade avidamente procura e sobre os conceitos e valores que aluno transporta para a escola.
 
No contexto educacional moçambicano, o Plano Curricular do Ensino Secundário Geral (PCESG), privilegia as tecnologias de Informação e Comunicação na área curricular de Actividades Práticas e Tecnológicas, em que justifica-se a introdução da disciplina de TIC, na perspectiva de tornar ESG mais relevante e profissionalizante, para responder os desafios da globalização. (MINED, 2007). Sendo assim, “o desenvolvimento da tecnologia em todos os campos que constitui a vida do homem moderno, é um facto evidente, aspecto a que também não escapa ao terreno educativo”. (Blanco & Silva, 1993:31).
 
O desenvolvimento dessas tecnologias está a ter grandes influências na educação e a integração das TICs nas práticas lectivas é uma necessidade cada vez mais sentida na escola, uma vez que constitui uma nova ferramenta de trabalho que da acesso a uma grande quantidade de informação e que aproxima e viabiliza o trabalho de pessoas e instituições distantes umas das outras.
1.      Objectivos  
Objectivos são uma condição para alcançarmos aquilo que se almeja. Eles servem como uma bússola orientadora dos nossos passos e caminhos para chegar onde se pretende. Os objectivos desdobram-se em:
 
1.1.Objectivo Geral:
  • Identificar a relação existente entre o currículo do ESG face as TICs.
1.1.1. Objectivos Específicos
  • Analisar os programas de ensino das TICs.
  • Verificar o índice de utilização e recurso a novas tecnologias de informação e comunicação.
·         Discutir a pluralidade de orientações para uso das TICs no PCESG.
 
1.2. Problema
No actual panorama educativo moçambicano, verifica-se muitos trabalhos e investigação relacionadas as TICs, no que diz respeito a sua aplicação no processo de ensino-aprendizagem e da sua importância a nível de questões metodológicas e didácticas. No entanto, constatamos dificuldades em se apresentar estudos que clarifiquem a relação, aplicabilidade, o uso e recurso que os professares fazem das TICs.
 

1.3. Hipóteses

Ø  Ausência de material didáctico para o uso das TICs;
Ø  Fraco domínio especializado dos docentes em relação as TICs;
Ø  Não se observar no PCESG o fundamento TIC na sua dimensão macro.
 
 
 
1.4. Metodologia do trabalho
 
Em termos metodológicos, importa referir que neste trabalho por um lado, conjugar-se-á a revisão de literatura que consistirá na consulta de obras que trazem estudos relacionados com as TICs, onde faremos a apresentação dos pontos de vista de diversos autores que enveredam nesta área (TICs) e, por outro lado, trata-se de um ensaio analítico e crítico concernente à reflexão do uso das novas tecnologias de informação e comunicação no currículo escolar moçambicano.  
  
Na subsecção que se segue vamos apresentar a revisão da literatura e, nela discutir-se-ão os pontos de vista de alguns autores que tratam do assunto.
 
 
 
 
 
 
 
 
II. Pressupostos Teóricos
 
No que se refere as TIC, Pinto (2002:58), diz que devido ao carácter de universalidade que transportam, quer na forma, quer no conteúdo, quer em extensão e profundidade, reconverte a principio ao próprio conceito de tecnologia, que é definido como sendo “a realização de tarefas por entidades individuais ou colectivas, envolvendo pessoas ou máquinas, suportadas por conhecimentos de carácter científico ou outro tipo de conhecimento estruturado (...)” Pinto (2002:58).
 
Para melhor compreendermos o que nos referimos anteriormente, importa aqui referir que quando falamos da tecnologia, segundo Blanco & Silva (1993:38), falamos de um termo remontando a téchne (um saber prático direccionado para um fim concreto) e logos (um raciocínio que se lhe associa).
 
Kline (1985 apud Reis 1995:48), descreve a tecnologia como artefacto: pessoas, máquinas e recursos num sistema sociotécnico de manufactura. Conhecimento, técnica, experiencias e método, como sendo um sistema sociotécnico de uso. Um sistema que usa a combinação de “hardware” e pessoas para realizar tarefas que não podiam ser executadas sem ajuda do sistema.
 
Quando falamos em tecnologia, falamos num conceito com um potencial de mediar uma relação inserida num circuito de comunicação, onde nessa inserção assume o papel de meio, ou seja, o recurso físico ou técnico capaz de converter a mensagem num sinal que pode ser transmitido ao longo de um canal. Sendo assim, o meio assumirá uma categoria tecnológica no sentido em que o comunicador necessitará de um equipamento de difusão que suportará a transmissão da sua mensagem, que se chama média, que são suportes materiais que tornam possível a comunicação. (Cloutier, 1975:24)
 
A tecnologia passa então, a ser considerada como aplicação do conhecimento científico na resolução de problemas. Daí que ao se falar de tecnologia, estaremos perante algo que se situa entre a ciência e a técnica. Relacionando as componentes teóricas associadas a primeira, e as execuções práticas da segunda, sempre com objectivo orientado para resolver os problemas que o homem foi encontrando.
 
 

III. Uso das Tecnologias de Informação e Comunicação na Sociedade

 
 
É certo que a evolução da ciência e com ela a tecnologia que é parte integrante, tem tornado o ser humano mais consciente da utilização das TIC no seu dia-a-dia. No entanto, a tecnologia está em tudo, a toda hora e lugar, ela ajuda-nos e complica-nos como pessoas e como sociedade e é importante estarmos atentos, de forma individual e colectivamente para utiliza-la de forma sensata, equilibrada e inovadora.
 
De acordo com o que dissemos anteriormente, esta ideia surge no âmbito de que “o uso fluente de uma técnica envolve mais do que o seu conhecimento instrumental, envolve uma interiorização das suas possibilidades e uma identificação entre as intenções dessa pessoa e as potencialidades ao seu dispor”(Ponte,2000:74).
 
Ao se falar das TICs nos dias que correm, recorre-nos palavras como internet, hiperdocumentos, sistemas multimédia, e-mail, CD-ROM, DVD, vídeos interactivos, videotexto, teletexto, televisão via satélite assim como a cabo, telemática,etc. Algo que até a bem pouco tempo pertencia ao domínio de um certo número de pessoas e que diferenciam das chamadas tradicionais, como jornal, rádio, televisão, projector e que hoje, passa a ser do domínio do quotidiano.
 
3.1. Uso das Tecnologias de Informação e Comunicação no Ensino
As necessidades do ensino actual, diferem em grande medida das do passado, desde a organização

escolar até a matéria que os alunos têm de aprender. Dai que se caminha para uma visão diferente daquela em que se podia ter o professor como um “detentor” do saber. Assim, as TICs surgem como meios educacionais em que a escola precisa de as integrar se não quiser ficar definitivamente isolada, pois, de acordo com Blásquez (1995:72), os meios são importantes não só enquanto podem servir de ajuda para melhorar a comunicação entre membros de uma turma mas também porque os alunos encontram-se imerso num ambiente em que predominam os recursos tecnológicos que exercem uma influência determinante na sua forma de conhecer, de aceder a formas de pensamento e cultura externa ao sistema educativo e que este não pode ficar alheia a esta nova realidade.

 
 O uso das TIC oferece potencialidades imprescindíveis a sociedade, na qual a educação faz parte. No entanto, as TICs podem oferecer um espaço de profunda renovação às estruturas educativas em geral e em particular às escolas o que implicaria no entanto, a adaptabilidade ou criação de novas formas de trabalho para levar ao bom rumo o processo de ensino-aprendizagem.
 
A escola tem um papel determinante na preparação e no desenvolvimento intelectual e humano para que cada um saiba e tenha capacidade de discernir o que o afecta e o que deseja e ai, a tecnologia vai desempenhar o seu papel quer a nível de comportamentos, atitudes e valores, por um lado, e por outro, implicará que os professores estejam atentos e façam uma reflexão sobre os avanços que a sociedade tem assistido para responder as ansiedades dos alunos. Deste modo, encontram-se traçadas linhas orientadoras sobre a aprendizagem e uso das tecnologias no Plano Curricular de Ensino Secundário Geral moçambicano, que podem ajudar tanto os estudantes como professores a desenvolverem competências necessárias para novos desafios a que a sociedade nos coloca.
 
O recurso a tecnologia de informação e comunicação será necessário como uma das componentes que a escola poderá recorrer de forma a socializar os seus alunos sem no entanto, descorar todos os métodos e estratégias que os docentes utilizam, pois será todo esse conjunto de procedimento que irá determinar o tipo de interacção que se estabelece como meios de ensino.
 
Contudo, devemos olhar as TICs não como meros instrumentos de informação mas que condicionam fortemente a ecologia comunicacional e os contextos educacionais das sociedades favorecendo em certa medida, os processos de aquisição ou exploração do saber e da aprendizagem. Silva (2005.)
 
3.2. Tecnologias de Informação e Comunicação no ESG
As inovações tecnológicas alteram naturalmente o ambiente cultural e os processos de comunicação e por esta via, a relação do homem como a apropriação e acumulação do conhecimento. Vieram dar substância à necessidade de alterar o modo de ensinar e aprender e não vieram como muitas vezes se pensa, revolucionar os processos de ensino, mas introduzir enormes possibilidades de melhoria na prática educacional, reformulando processos ou dando novas perspectivas aos intervenientes do processo de ensino-aprendizagem.
 
O currículo do ESG, como fizemos referência anteriormente, privilegia as tecnologias de Informação e Comunicação na área curricular de Actividades Práticas e Tecnológicas, em que justifica-se a introdução da disciplina de TIC, na perspectiva de tornar ESG mais relevante e profissionalizante, para responder os desafios da globalização. (MINED 2007). Neste contexto, a seguir, faremos uma análise do uso das TICs na disciplina de Educação Visual no primeiro ciclo, de forma a perceber as orientações e directrizes que são facultadas aos professores para o ensino desta disciplina.
 
O currículo do ESG, refere no seu preâmbulo que a “utilização das TICs constitui uma formação transdisciplinar, a par do domínio da língua e da valorização da dimensão humana e do trabalho” (INDE / MINED 2007). Esta afirmação leva-nos a crer que o currículo deste nível de ensino, as TIC passa a estar presentes na acção pedagógica de todas as disciplinas e áreas disciplinares. O desenvolvimento dessas competências pressupõe que todas áreas curriculares actuem em convergência.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

VI. Considerações Finais

 
 
Feito a reflexão sobre a introdução das TIC no currículo do ESG, importa referir que as  TICs oferecem potencialidades imprescindíveis a educação o que leva a que essa aprendizagem ao longo da vida seja equacionada em função do desenvolvimento delas, traçando novos objectivos educacionais e novas formas de trabalho para o processo de ensino-aprendizagem. Devemos aceitar que vivemos numa sociedade dinâmica e que nos coloca novos desafios ao sistema educativo, onde as TICs podem se tornar numa evidência a essas mudanças.
 
Cabe-nos ainda referir que o desenvolvimento curricular e programas de ensino se orientam através de exigências educativas e necessidades de contexto real. Sendo o currículo o conjunto de aprendizagens de interesse da sociedade transmitidas pela escola pelo facto de fazer o enquadramento entre a sociedade e a instituição de formação e o contexto de sua implementação, as TICs acompanham esse processo, e apresenta no campo pedagógico, vantagens na medida em que estas permitem traçar percursos individualizados em que cada aluno pode progredir de acordo com o seu ritmo, para além de oferecer aos professores a possibilidade de organizar mais facilmente as aprendizagens em turmas de nível heterogéneos.
 
Portanto, em Moçambique o currículo do ESG coloca a disposição às “novas” Tecnologias de Informação e Comunicação uma enorme quantidade de recursos de informação, comunicação e produção baseados nos novos meio digitais, nas disciplinas de Desenho e Geometria Descritiva Educação Visual.
 
 
 

VII. Referências Bibliográficas

·         BLASQUEZ, Florentino (1995). Los Medios Tecnológicos en la accion didáctica. In: José Luis DIEGUEZ. Editorial Marfil.
·         BLANCO, Elias & SILVA, Bento (1993). Tecnologia Educativa em Portugal. Revista Portuguesa de Educação nº 3. Pp. 9-55.
·         CLOUTIER, Jean (1975). A era de emerec ou a Comunicação Audio-Scripto-Visual da Educação. Disponível em www.emerec.com
·         INDE/MINED-Moçambique (2007). Plano Curricular do Ensino Secundário Geral: Objectivos, Políticas, Planos de Estudo e Estratégias de Implementação.
·         PINTO, Manuel. (2002). A “deriva tecnológica” da Educacao para os medias. Revista Noésis, nº 62. Pp 26-28
·         PORFÍRIO, Manuel. (2004). Educação Visual e Tecnologia 5º e 6º anos – Livro do Professor. Porto Editora.
·         PONTE, João. (1997). As novas tecnologias e a educação. Lisboa. Texto Editora.
·         REIS. Maria Fátima. (1995). Educação Tecnológica: a montanha pariu um rato? Porto. Porto Editora.
 

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